Coluna Futebol Caipira, por Luiz Ademar
São Paulo, 25 de novembro de 2018
O pontapé inicial na Primeira Divisão do Campeonato Paulista será dado em 20 de janeiro. O regulamento de 2019 será o mesmo de 2018. São 16 clubes divididos em quatro chaves (A: Santos, Ponte Preta, São Caetano e Red Bull Brasil – B: Palmeiras, Guarani, São Bento e Novorizontino – C: Corinthians, Mirassol, Ferroviária e Bragantino – D: São Paulo, Ituano, Oeste e Botafogo). As equipes que estão na mesma chave não se enfrentam. Jogam apenas com os outros 12 adversários. Os dois primeiros de cada grupo se classificam e se enfrentam nas quartas de final. Os dois últimos por pontuação, independente da chave, serão rebaixados.
Como de costume, a troca de treinador no futebol paulista segue a velha máxima das competições nacionais. Duas ou três derrotas seguidas, em torneio de curta distância, e a mudança acontece. Algumas vezes sem a menor necessidade. E, antes mesmo da dança dos técnicos, os clubes tentam planejar, o quanto antes, suas respectivas comissões técnicas. Aqueles que começarão a competição sem saber se terminarão!
Dos quatro clubes grandes, que sempre largam na frente na busca pelo título, dois deles estão com situações indefinidas. No Santos, o técnico Cuca está deixando o cargo para tratar de um problema de saúde. E a diretoria corre atrás de um novo comandante. Já no Corinthians, o treinador Jair Ventura não agradou no Campeonato Brasileiro e tudo indica que está de partida. As negociações com Fábio Carille, que está na Al Wehda, da Árábia Saudita, prosseguem a mil por hora. Pode ser o seu retorno triunfal ao Parque São Jorge.
No São Paulo, que vai disputar a Libertadores de 2019, a diretoria definiu que André Jardine, profissional com vários títulos nas categorias de base de Cotia, será o treinador. E ganhou liberdade para revelar novos talentos no Morumbi.
Tranquilidade mesmo vive o Palmeiras, campeão brasileiro de 2018, que seguirá com o experiente e vitorioso Luiz Felipe Scolari no comando. É verdade que, de acordo com a diretoria alviverde, o Paulistão será tratado como Paulistinha. Um torneio de pré-temporada visando Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão em 2019. Mas, com o forte elenco que tem, é claro, que não é impossível creditar ao Verdão o rótulo de favorito, mesmo jogando com garotos e time reserva.
Entre os clubes médios e pequenos, alguns deles terão em 2019 o mesmo treinador de 2018. É o caso do Botafogo, de Ribeirão Preto, que renovou com Léo Condé após chegar às quartas de final no Estadual, e conseguir brilhar na Série C do Brasileiro, onde garantiu o acesso para a Série B. O mesmo se aplica ao Bragantino, que manteve Marcelo Veiga após também disputar as quartas de final do Paulistão e subir da Série C para a B do Brasileiro.
No Ituano, Vinicius Bergantin também segue no comando da equipe, mesmo sem brilhar no atual Campeonato Paulista, e não lutar pelo título da Copa Paulista. Na avaliação do gestor Juninho Paulista, dentro do que foi projetado pelo clube, ele foi bem e descolou a vaga na Série D do Brasileiro em 2019. A recíproca é a mesma no Mirassol, que valorizou o trabalho de Moisés Egert, que evitou o rebaixamento do Leão Araraquarense no Estadual, e fez bom trabalho com os garotos da base na Copa Paulista.
Outro clube que manteve ótimo trabalho de 2018 foi o São Caetano. Pintado chegou com o campeonato em andamento, em um clube que estava ameaçado pelo rebaixamento, deu a volta por cima e classificou o Azulão às quartas de final, assegurando vaga na Série D do Brasileiro em 2019. Porém, na Copa Paulista, após brilhar na primeira fase, acabou ficando no meio do caminho.
Já o Novorizontino resolveu apostar na continuidade do bom trabalho feito pelo Londrina na última Série B do Brasileiro, quando bateu na trave e quase garantiu o acesso. Tanto que contratou o técnico Roberto Fonseca, que estava na equipe paranaense, e quatro jogadores que estavam atuando com ele.
O Red Bull Brasil vai manter o ex-zagueiro Antônio Carlos Zago, que chegou durante a Copa Paulista, e levou a equipe às semifinais. E agora terá a tarefa de reformular o elenco, ao lado do dirigente Moraci Santana, em busca de grande campanha. O São Bento também indica continuar trabalhando com Marquinhos Santos, que chegou a Sorocaba com a Série B do Brasileiro em andamento e não decepcionou.
A dúvida está na Ponte Preta, que fez contrato curto com Gilson Kleina. Nos nove jogos no comando da Macaca na Série B, ele venceu sete e empatou dois. Terminou invicto, com o mesmo número de pontos que o Goiás, que subiu para o Brasileirão, mas não conquistou o acesso pelos critérios de desempate. Porém, o brilhante trabalho tende a continuar, embora as negociações estejam apenas começando.
Quem não sabe o que fazer é o Oeste, de Barueri. A equipe só não foi rebaixada na Série B porque na última rodada o Paysandu perdeu em casa. No clube ninguém sabe se Roberto Cavalo seguirá no comando. A diretoria só insiste em desmentir uma parceria com o Red Bull Brasil, que acabaria ocasionando no fechamento, mais uma vez, da equipe da Grande São Paulo.
A Ferroviária vai inovar debutando treinador no futebol paulista. Vinicius Munhoz, que chegou para a Copa Paulista, onde é finalista, vai disputar pela primeira vez, em sua carreira profissional, a Primeira Divisão do estadual mais disputado do país.
O único clube do Interior atrás de treinador é o Guarani. Umberto Louzer foi dispensado na reta final da Série B e, inclusive, já acertou com o Vila Nova-GO. Adotando a política do bom e barato, o Bugre sonha com Osmar Loss, ex-treinador do Corinthians, que voltou a ser auxiliar. Mas as negociações estão apenas no começo.